Marta Bessa - Pintura a óleo sobre Tela

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Sobre a Pintura a Óleo

Sobre a Pintura a Óleo





HISTORIA E TECNICAS






Analisando o percurso do homem no mundo, verificamos que este desde sempre teve necessidade de exteriorizar e comunicar o que sente e pensa.
O percurso de vida e evolução dos indivíduos e das culturas projecta-se em factos, obras, objectos, marcas que são registadas e permanecem materializadas sob diversas formas.
O fascínio que sentimos perante obras artísticas, como uma pintura rupestre, uma máscara africana, uma música tribal, uma sinfonia de Beethoven, um quadro de Picasso, etc, faz-nos pensar acerca do que estará no cerne destas obras para provocarem tal efeito.
Diz-se que só o homem possui este fascínio e capacidade de admiração perante os fenómenos e factos estéticos e que portanto os "persegue" procurando exprimir-se de "forma elevada" através da arte.
À arte estão associadas metodologias, técnicas, instrumentos e suportes que foram evoluindo através dos tempos.
Na base das artes visuais está o mecanismo da visão, o cérebro e as mãos.
É com a mão que fazemos os gestos de desenhar, pintar, esculpir, etc. Os instrumentos surgem então como objectos que fazem o prolongamento das mãos, facilitando a expressão das ideias.
Manipulados pelo homem, os instrumentos fazem o registo das ideias, materializando visualmente o pensamento.
Os materiais e suportes estão na base deste processo, pois são transformados através de instrumentos de acordo com metodologias e técnicas ao serviço das ideias criadoras.
Os instrumentos artísticos vão desde o lápis ao computador, passando por uma infinidade de objectos que estão vocacionados para riscar, pintar, cortar, soldar, de acordo com os materiais e suportes a trabalhar.
Os materiais associados às artes visuais são variadíssimos e vão desde os ligados ao domínio bidimensional do desenho e pintura, como riscadores, tintas, solventes, etc., aos ligados às técnicas de impressão como chapas, linóleos, madeiras e suportes variados - papéis, telas, acrílicos, vidros e outros, assim como os associados ao domínio tridimensional - barro, gesso, metais, madeira, etc.
No séc. XX a noção de instrumento, material e suporte artístico alargou-se enormemente com a alteração e a integração de novos conceitos na arte. Assim, o próprio corpo humano é considerado "material" e "suporte", como na "body Art". Objectos já existentes, que foram tirados do seu contexto habitual e integrados no domínio artístico, como os "ready made" dos grupos Dada e Surrealista, são também exemplos de novas e revolucionárias acepções dos termos suporte e material. Nas "instalações", "happenings" e "performances", actuações e intervenções artísticas, os materiais e suportes não têm regra e são condicionados pelo carácter original da ideia expressiva.

Os materiais "clássicos", cerâmica, madeira, metal, vidro, etc., foram usados durante séculos sem grandes alterações na sua composição. No nosso século passou-se à sua transformação por processos que são por vezes sofisticadíssimos, tornando-os quase irreconhecíveis. A integração de novas e revolucionárias ligas metálicas, a invenção de variadíssimas fibras compostas , a evolução de materiais compósitos, polímetros, etc. tansformaram as matérias usadas em todos os sectores, inclusivamente na arte.




MATERIAIS INSTRUMENTOS E SUPORTES

Vamos ocupar-nos agora do estudo dos materiais, instrumentos, suportes e técnicas de desenho analisando a sua natureza intrínseca e a sua história.

"...O instrumento, seja ele um lápis, caneta, giz ou pincel fará manchas características da sua natureza e estrutura e o material ou meio manifestará uma resposta ... conforme a sua natureza..." Maurice de Sausmarez

As técnicas de registo directo sobre um suporte, mais habitualmente papel, compreendem vários instrumentos e materiais de matérias primas variadas e de composições diversas:
- Riscadores - Traços, manchas, superfícies - carvão, sanguínea, sépia, pedra negra, pastéis secos, pastéis de óleo,lápis de cor.
- Riscadores - Traços finos - grafite, canetas de feltro,
- Processos líquidos - tinta da china, tinta sépia, tinta accrilica, tinta neutra, aguarela, óleo, guache.

ÓLEO

Muitos de nos temos ideias feitas acerca do tipo de pinturas a óleo que podem ser executadas . Recordamo-nos de telas muito elaboradas , ou paisagens do século XVII , generosas em castanhos e verdes , que são o resultado de muitos dias , por vezes semanas , mesmo anos ,de reflexão e trabalho. Não é completamente invulgar reagir afirmando " eu não conseguiria fazer isso " . Mas como poderemos verificar, muitos estilos podem ser trabalhados com a pintura a óleo . Os óleos podem ser aplicados puros , para produzir uma intensa superfície de pinceladas . Ou, podem ser diluídos até se obter uma consistência semelhante á das aguarelas , ou serem aplicados com um pequeno pedaço de pano de forma a produzirem apenas uma mancha suave . No sentido inverso ,a pintura pode ser " constituída " , ou seja , deixar secar uma camada para depois aplicar outra por cima ,aperfeiçoando dessa forma a camada anterior e criando uma superfície rica em cor e textura . Alem disso , como poderá verificar , estas técnicas não estão reservadas apenas aos artistas experientes . Só tem que pegar num pincel , molhá-lo na tinta e em pouco tempo obterá um bom resultado.
Cada artista desenvolve um estilo pessoal, como se se tratasse da sua própria assinatura. Isto só se consegue depois de muito trabalho e experiência, observando os métodos e estilos de outros artistas para depois tentar pô-los em prática. Supõe igualmente o conhecimento do que cada um é capaz de fazer, as suas possibilidades e, desde logo, o prazer que isso poderá transmitir. A ampla gama de estilos que é reconhecida no mundo da arte moderna, isto é, o êxito comercial desses estilos, leva-nos a concluir que em arte "tudo é válido".

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